Este blogue consta de uma compilação de retratos da natureza e intervenção humana em ambiente rural e urbano que O Cidadão abt vai capturando com a sua objectiva durante as caminhadas, será despejada neste blogue de muitos píxeis e poucos bitáites, dando ao ciberleitor a possibilidade de clicar sobre cada uma das fotos e de seguida na tecla F11 para melhor as poder desfrutar em ecrã total... Ligue o som e... passe por bons momentos!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

IMOBILIDADES I

Viajando pela Idade Média, na senda dos Templários durante o III Festival de Estátuas Vivas de Tomar ocorrido a 14, 15 e 16 de Setembro de 2012.


O Rei
O monarca estava no topo da pirâmide social medieval e o seu poder era era hereditário e os súbditos deviam-lhe obediência. Portugal foi um dos primeiros países da Europa a consolidar um governo centrado na pessoa do Rei, tendo a monarquia governado o pais durante mais de setecentos e cinquenta anos.


A Nobreza
Os nobres eram grandes proprietários de terra e possuíam forte influência política. Tinham um considerável número de vassalos e por vezes mais importância do que o próprio rei.


A caça
Na idade média muitos passatempos, além de simples entretenimento eram também uma forma de obre alimentos ou desenvolver a perícia militar.


Povo
 A servidão feudal, forma de organização do trabalho agrícola na Europa da Idade Média, praticamente não foi incrementada em Portugal devido a terras livres nas regiões conquistadas aos árabes.

Agricultura
Na Idade Média a agricultura era a actividade mais importante e a terra o meio de produção fundamental. Esta riqueza estava desigualmente distribuída com cerca de 90% da terra na posse de grupos privilegiados, clero e nobreza, e cerca de 10% pela totalidade da população.

Artesanato e o comércio
Com o crescimento das cidades a Europa medieval dedicou-se cada vez mais ao comércio. Numerosos artesãos abriam oficinas e lojas montadas em tendas onde manufacturavam e vendiam roupa, calçado e louça, entre muitos outros artigos. Os comerciantes penduravam no exterior um objecto, como por exemplo um sapato ou um peixe para assim publicitarem a sua actividade comercial.


Saúde
Das inúmeras epidemias que assolaram e aterrorizaram as populações da Idade Média, entre a varíola, difteria, tuberculose e influenza, a Peste Negra e a Lepra foram as d maior devastação. Contra elas, a farmacopeia medieval à base de lantas medicinais e sangrias nada podia fazer. Durante vários séculos, a lepra foi mutiladora e devastadora de populações, Tomada como sinal de impureza diante de Deus, os seus portadores eram forçados ao isolamento, enclausurados em ganfarias ao toque constante do sino que anunciava o risco de contágio pela sua presença. A Peste Negra foi a mortandade mais avassaladora que a humanidade enfrentou, causada pela bactéria transmitida pela pulga do rato preto,  dizimando 30% da população europeia no primeiro surto de 1347. A sua propagação fulminante deveu-se á falta de higiene associada aos surtos migratórios das viagens marítimas.


Viajar
Os mercadores foram os grandes viajantes da Idade Média. Aprenderam línguas e elaboraram dicionários e guias de viagem. Muitas destas viagens aliavam os negócios às político-diplomáticas, tendo afamados comerciantes viajeiros como Marco Pólo, desempenhado papel de embaixadores das cortes europeias. Nesses tempos a via marítima era a forma mais rápida de se viajar, mas só no fim da Idade Média é que os portugueses se atreveram por mares nunca dantes navegados, iniciando o primeiro movimento de globalização à escala mundial, sendo que até então o mar mediterrâneo era o limite, o horizonte e o centro do mundo.


Monges copistas
Na Idade Média muitos monges dedicavam-se à cópia e redacção de livros escritos à mão. A perfeição com que executavam o seu trabalho fazia com que demorassem anos a concretizar um livro. As páginas dos livros eram em pergaminho, pele de carneiro tratada, e decoradas com iluminuras, pinturas. Sendo raros e bastante caros, eram protegidos por capas de madeira forradas a couro e fechadas por correntes e um cadeado.


O Inferno
O medo do Diabo e do terrível fogo do inferno, do Juízo Final e da ira de Deus, marcou profundamente a mentalidade da Idade Média. O inferno, entendido como lugar abrasador e repleto de chamas e criaturas demoníacas seria um mundo d torturas e eternos sofrimentos. Os instrumentos de tortura utilizados pelos demónios eram utensílios que o homem medieval utilizava nas actividades do quotidiano, domésticas e agrícolas. Ganchos de cozinha, caldeirões com água ou azeite a ferver, arados, enxadas e forquilhas eram instrumentos comuns. Como a maioria da população não sabia ler nem escrever, a igreja enfatizava o medo do inferno, relembrando o que acontecia a quem não seguisse os seus mandamentos. Orações, idas às missas, esmolas, pagamento de bulas, eram formas de remissão dos pegados e de se livrar do fogo do inferno.


O Clero
Na Idade Média muitos cristãos escolhiam viver exclusivamente ao serviço de Deus. Alguns em minúsculos mosteiros afastados do mundo, outros em ermidas e outros no luxo das catedrais e dos grandes centros de peregrinação, todos se consagrando a missões sociais e desprovidos de bens próprios, Como membros de uma comunidade os monges tinham inúmeras tarefas e deveres a cumprir, rezando a horas certas, e seguiam regras estritas, desempenhando funções de sacerdotes, médicos, professores, monges copistas e guerreiros de Cristo, como foram os Cavaleiros Templários.



Castelos, cidades e catedrais
Ainda hoje os castelos são a imagem de marcada Idade Média. Quase sempre no topo das colinas, eram construções sólidas formadas por alambores, muralhas compactas e altas torres de vigia com o objectivo de defenderam as populações e o território em situações de guerra ou de invasões. Com o fim da Reconquista e o desenvolvimento comercial, seguiu-se o crescimento do espaço urbano extra muralhas. O casario foi descendo dos montes e estendeu-se pelos vales circundantes, conforme aconteceu em Tomar e em muitas outras cidades.


A música
Na Idade Média surgiram os trovadores que transmitiam o estado de espirito dos povos, dos seus ideais poéticos eo desenvolvimento da língua. Surgiu o sanfoneiro, oriundo do povo e que compunha as suas melodias inspirando-se no trabalho, nos amores e desamores dos artesãos e dos carpinteiros.
Assim a sanfona vulgarizou-se, passando a ser um instrumento musical usado pela nobreza, trovadores, jograis e pelo povo. Com o decorrer dos anos, mendigos, cegos e vagabundos passaram a usá-la para tocar nas ruas e em feiras.

A mulher
Na Idade Média, a maioria das ideias e de conceitos eram elaborados pelos Escolásticos. Tudo o que sabemos sobre as mulheres deste período saiu das mãos de homens da Igreja, pessoas que viviam distantes delas. Muitos clérigos consideravam-nas misteriosas, não compreendiam por exemplo como é que elas geravam vida e curavam as doenças utilizando ervas. A mulher para os clérigos era considerada um ser muito próximo da carne, do prazer dos sentidos e como tal, uma potencial pecadora. Todas descendiam da Eva, culpada pela queda do género humano. No início da Idade Média, a principal preocupação com as mulheres era mantê-las virgens e afastar os clérigos desses seres demoníacos que personificaram a tentação. Dessa forma a maior parte das autoridades eclesiásticas desse período via a mulher como portadora e disseminadora do mal. Eram consideradas como a causa e objecto do pecado e uma porta de entrada para o inferno. Só assim não eram consideradas quando virgens, mães ou esposas, ou quando viviam nos conventos. Enquanto esposas, não podiam vender nem hipotecar os seus bens sem o consentimento do marido.



Almançor
Abu Yusuf  Ya’qub al-Mansur, terceiro califa do império almóada de Marrocos, do al-Andalus e do al-Garbe, conhecido entre os cristãos por Almançor, o rei Sancho ibn Anriq ibn Portucale  fez-lhe grande afronta ao apresar-lhe a medina de Silves do ano de 1189  da era do profeta Yesuah  Cristo. Por isso Abu Yusuf  Ya’qub al-Mansur retaliou, invadindo Hspania pelo lado do al-Garbe, reconquistando Silves, al-Cácer do Sal, Palmela, al-Mada, e grande parte do território até a riva sul do oued Tejo indo mais além, subjugando as medinas de Torres Novas e Líbia. Só os Cavaleiros Templários lhe esbarraram o caminho para o norte e foi com mágoa que teve de abandonar o assédio à sua medina de Thomar, pois a fé com que os Cavaleiros de Cristo defendiam aquele castelo foi mais poderosa que o número dos seus valorosos guerreiros. Regressou às suas taifas do al-Andalus, derrotando o rei Afonso VII de Castela, na batalha de Alarcos. A partir de então passou a ser conhecido por al-Mansur – o Vitorioso.


Gualdim Paes
Uma estrela do oriente traçara o meu destino. Nasci na era de 1118, a mesma em que o cruzado francês D. Hugo de Payens,  fundou a Irmandade dos Pobres Cavaleiros de Cisto na Terra Santa, dezanove anos depois de Jerusalém tomada. Os Pobres Cavaleiros tinham por missão proteger os peregrinos que se dirigiam a Jerusalém e eram constantemente assaltados pelos ladrões e atacados pelos muçulmanos que estavam em guerra contra os cristãos da Palestina. Mais tarde estes frades cavaleiros foram designados por Templários porque tinham a sua casa na colina onde outrora fora o Templo de Salomão. Combati em Ourique ao lado do meu senhor D.Afonso Henriques, na era de 1139, onde El-Rei me ordenou Cavaleiro e tomou me por seu amigo, sem necessidade de recorrer ao facebook. Nesses tempos, a par da Terra Santa, toda a Hispânia era tomada pela Santa Sé como terra de Cruzada contra os mouros Infiéis. Foi aí eu travei conhecimento com os monges Cavaleiros do Templo e alinhei na ordem. Parti em missão para a Palestina onde padeci durante cinco anos as provações ao que os Cavaleiros templários estavam sujeitos. Foi aí que tomei parte na conquista da cidade de Gaza. Retomei ao Reino em 1157, D.Afonso Henriques confiou-me a defesa da zona compreendida entre o sul do Mondego e o vale do Tejo. Foi assim que na vasta região do termo de ceras edifiquei uma cidadela fortificada num morro junto às águas do rio Thomar. O engenho e as noções de arquitectura miliar trazidas da Palestina e aplicadas na construção das fortificações permitiram que os bravos guerreiros ajudados pelo povo de Thomar resistissem ao cerco das tropas do califa al-Mansur que não logrando avançar para terras mais a norte, acabaram  por bater em retirada para terras de Hispânia, corria o ano de 1190.



D. Dinis
Muitos cognomes me deram pela minha indústria de governação do reino. O Rei-Lavrador, o Rei-Agricultor, o Rei-Poeta, o Rei-Trovador, mas ninguém se lembra de mim como o rei D. Dinis que livrou os Cavaleiros Templários do processo infamante a que o rei Filipe IV de França os condenou e que levou o Papa Clemente a extinguir a sua Ordem. Difícil e mui delicado me foi proteger a honra e a vida dos meus freires do Templo porquanto o santo padre ordenara que procedessem em todos os reinos cristãos à sua arrestação, e à sua tortura para apurar culpados das ignomínias acusações com que eram caluniados estes cavaleiros religiosos. Então eu e o meu primo Rei aragão resolvemos não acatar a ordem papal e declarámos a inocência dos Cavaleiros Templários dentro dos nossos reinos.



D. Duarte
Sou o segundo rei da dinastia de Avis, assim chamada porque o senhor meu pai, D-João o Primeiro, de seu nome, fora o mestre da Ordem dos Cavaleiros de Avis e era filho de linhagem de esquerda, D’El-rei D. Pedro e minha mãe era a senhora D. Filipa, filha do Duque de Lencastre, a qual deu dez filhos ao seu esposo, todos mui famosos pelas suas empezas a favor do reino e do nome de Portugal. Por isso fomos chamados a Ínclita Geração.
O senhor meu pai era um rei mui cioso da sua governação e deslocava a sua corte mui amiúde pelas terras do reino. Por isso eu vim a nascer em Viseu na era de 1391 e me fora dado o nome de D. Duarte em homenagem a meu avô Lord Stuart, Duque de Lencastre


D Afonso Henriques no castelo de Almourol
D. Afonso I de Portugal, mais conhecido por D.Afonso Henriques, nascido em Guimarães supõe-se que em 1109 e falecido em Coimbra a 6 de Dezembro de 1185, foi o fundador do reino de Portugal e o primeiro rei cognominado o conquistador, O Fundador, ou O Grande, pela fundação do reino e pelas muitas conquistas de território sob domínio mouro. Filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa de Leão, os condes de Portucale, que era dependente do reino de Leão. Após a morte do pai, Afonso tomou uma posição políta divergente da sua mãe, que se aliara ao nobre galego Fernão Peres de Trava. Pretendendo assumir o domínio do condado Portucalense, D Afonso Henriques armou-se cavaleiro e em 1128 derrotou o exército da sua mãe na batalha de São Mamede, assumindo o poder do condado. Concentrou esforços em obter reconhecimento como reino e em 1139 depois da vitória conquistada aos mouros na batalha de Ourique, D.Afonso Henriques apoiado pelas suas tropas autoproclamou-se rei de Portucale.


Gualdim Paes no castelo de Almourol
Galdim Paes nasceu em Amares, na região de Braga, foi um bravo cavaleiro de D Afonso Henriques, e depois cruzado português e freire Templário. Tendo sido fundador e povoador de Thomar. Combateu ao lado de D. Afonso Henriques contra os mouros na conquista dos castelos a sul vindo a ser ordenado cavaleiro pelo soberano quando da batalha de Ourique. Em 1139.
Galdim Paes foi responsável pela reconstrução do Castelo do Almourol cujas obras terminaram em 1171, dois anos após a grande edificação do castelo de Thomar. Entregue aos Templários, A fortificação de Almourol foi um dos principais bastiões de defesa de Coimbra que então era a capital do reino.


O barqueiro
Junto ao castelo do Almourol ao longo dos séculos sempre existiram diversos barqueiros responsáveis pela travessia para a ilha do castelo nos botes catraios que são embarcações típicas do Tejo, construídas artesanalmente pelos calafates que são os carpinteiros navais da região, onde eram transportados homens, haveres, mantimentos e animais. Nos nossos dias estes catraios transportam anualmente cerca de sessenta mil turistas que visitam as entranhas do castelo Templário, talvez em busca da encantada princesa Miraguarda que por lá se encontra aprisionada pelo gigante Dramusiando.


Moura
No século XII era senhor do Almourol um emir árabe chamado Almorolon do qual o castelo tomou o nome. Nele, Almorolon habitava com a sua formosíssima filha donzela que adorava e muito a estimava. Quis o destino que a bela moura se enamorasse por um cavaleiro cristão a tal ponto que a paixão aguçou o engenho e a arte de pela calada da noite o cavaleiro sistemáticamente se introduzir no castelo em aventuras amorosas com a bela moura até chegado o dia em que traiçoeiramente o cavaleiro franqueou as portas do castelo aos guerreiros cristãos que emboscados, o aguardavam no exterior, facilitando a rápida conquista do castelo aos homens de Almorolon. Desiludidos com esta vitória relâmpago que resultou da traição, o emir árabe e a filha lançaram-se abraçados às águas do Tejo onde acabaram por perecer, preferindo tal morte ao cativeiro resultante de tão vil derrota.


Staticman
Pioneiro da imobilidade expressiva em Portugal, António Santos escolheu o III Festival de Estátuas Vivas de Tomar para bater o record mundial de suspensão apenas com um ponto de apoio ultrapassando 200 minutos de quietude.


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