Este blogue consta de uma compilação de retratos da natureza e intervenção humana em ambiente rural e urbano que O Cidadão abt vai capturando com a sua objectiva durante as caminhadas, será despejada neste blogue de muitos píxeis e poucos bitáites, dando ao ciberleitor a possibilidade de clicar sobre cada uma das fotos e de seguida na tecla F11 para melhor as poder desfrutar em ecrã total... Ligue o som e... passe por bons momentos!

domingo, 17 de julho de 2011

TABULEIROS - Rua Gil de Avô

Rua Gil de Avô foi mais uma rua do centro histórico de Tomar decorada a preceito para esta festa épica!



A estrutura do Tabuleiro é construída tomando por base uma cesta de vime forrada com toalha de tecido branco debruado a rendas.
Cesta e canas são humedecidas há pelo menos 12 horas com o intuito de ganharem firmeza após a secagem, sendo espetadas em torno da cesta, cinco ou seis destas canas aguçadas nas pontas, dependendo a altura da rapariga que o transportará, onde são espetados trinta pães, representando as chagas de Jesus Cristo. 
Se forem cinco canas, em cada uma delas serão espetados seis pães ganhando em altura mas, se a rapariga for de estatura mediana, serão seis as canas e em cada uma, espetados cinco pães pesando cerca de 400gramas cada, de forma roliça e com adelgaçamento ao meio, tal qual se coziam em tempos antigos. Seguidamente, a coroa dourada, prateada ou revestida a papelinhos brancos evocando algodão, circunscreve as extremidades superiores das canas sendo encimada pelos símbolos de uma cruz vermelha de Cristo ou por uma pomba branca representando o Espírito Santo.
Recorrendo a troços de canas de menor comprimento e secção, cada andar de pães é travado entre si, por cruzetas arrematadas com cordel ou com arame. A este procedimento chama-se “travagem das canas” que, se oferecer dúvidas de firmeza, o conjunto será reforçado por cordéis ou arames grossos porque se o dia for ventoso, as raparigas debater-se-ão com dificuldades acrescidas no equilíbrio dos tabuleiros.
Nas cruzetas de cana são fixados ramos de flores e aqui se dá liberdade à criatividade em termos de decoração pois poderá ser de livre arbítrio ou uniformizada de acordo com os grupos ou directivas da freguesia.


Estas flores que antigamente eram naturais, no presente foram substituídas por flores de papel colorido idêntico ao que enfeita as ruas da cidade do Nabão, evocando o amor. Espigas de trigo introduzias de alto a baixo complementam o conjunto, reportando às safras dos cereais e à fertilidade, a coroa lembra-nos a Rainha Santa Isabel, enquanto a cruz e a pomba nos transmitem uma carga espiritual, tudo isto se revelando no espírito de sacrifício, na partilha, na amizade, no convívio entre as pessoas que directa ou indirectamente se envolvem neste inigualável culto popular ao Espírito Santo!