Caminhando pelos trilhos das arribas mais
ocidentais da Europa Continental, algures
entre a Praia da Adraga e o Cabo da Roca,
no concelho de Cintra, onde sobre os
promontórios virados ao Oceano Atlântico podemos desfrutar de soberbas paisagens...
Correndo a vista pelas praias da costa, a norte vislumbramos as localidades de
Praia das Maçãs, Azenhas do Mar e Ericeira, e para terra podemos avistar as
povoações de Almoçageme, Ulgueira e Azoia, sendo que a sul nos vigia a arriba
do Cabo da Roca com o seu imponente e vistoso farol e, conforme vamos
progredindo no terreno, de nós se parece aproximar.
“Correram-nos oito dias naquele
deserto, ora descendo à fertilíssima várzea de Colares, ora subindo às
assomadas crespas da serra ou indo ver as ondas, que batiam, refervendo, nos
recôncavos do precipício da Pedra de Alvidrar; dias que ficaram para sempre
impressos no espírito de Alexandre Herculano e no nosso!”
Bulhão Pato, 1883
“Cheguei-me até à beira do
rochedo que tem uma grande altura, e é quase na perpendicular. Um bando de
rapazes tinha-nos acompanhado, e cinco lagatões, destacados desta malta,
desceram o temeroso precipício com a mais completa indiferença, sobretudo um
deles, que foi com os braços abertos, e que parecia uma criatura sobrenatural”.
William Beckford, 1787
“Há muitos milhares de anos, quando a terra
era uma enorme bola coberta de gelo, aqui vivia uma ursa com os seus filhos.
Quando
o degelo começou, os Deuses disseram a todos os animais para abandonarem a
beira-mar, mas a ursa não o fez, pois ali tinha nascido e ali queria ficar.
Os Deuses enfurecidos transformaram a ursa em pedra e os seus filhos em pequenas rochas dispersas à volta da mãe, que ali para sempre ficaram dando assim o nome à praia - Praia da Ursa.”
Os Deuses enfurecidos transformaram a ursa em pedra e os seus filhos em pequenas rochas dispersas à volta da mãe, que ali para sempre ficaram dando assim o nome à praia - Praia da Ursa.”
“Há muitos séculos atrás, o Deus
Vulcano, figura sinistra e perversa, jurou vingar-se para todo o sempre duma
formosa princesa, espelho de virtudes sem par.
O maligno Vulcano, seguindo ruins desígnios, pretendeu casar-se com a esbelta princesa que já a outro prometera a sua mão.
Pouco satisfeito com o inesperado facto, quis saber de quem se tratava. Furioso ficou quando soube que o futuro esposo da gentil princesa era o seu próprio sobrinho, filho primogénito da sua irmã. Imediatamente acorreu à casa de sua irmã Zipa e queixou-se do seu desespero.
O maligno Vulcano, seguindo ruins desígnios, pretendeu casar-se com a esbelta princesa que já a outro prometera a sua mão.
Pouco satisfeito com o inesperado facto, quis saber de quem se tratava. Furioso ficou quando soube que o futuro esposo da gentil princesa era o seu próprio sobrinho, filho primogénito da sua irmã. Imediatamente acorreu à casa de sua irmã Zipa e queixou-se do seu desespero.
Esta fez-lhe ver que nada tinha
com o próximo enlace. Jovens e obedientes aos pais de cada um, tudo neles
concorria para que fossem felizes.
Em consciência nada teria a opor-se e recomendou ao irmão prudência e resignação; a casta princesa não era para a sua idade, merecia um jovem como ela.
Vulcano não acatou os conselhos prudentes e nobres da irmã.
Chegando a seus domínios, organizou fortíssima expedição que se dirigiu para as terras da princesa Al-Vidrar e de seu sobrinho Foje.
Zipa veio ao seu encontro mas nada deteve Vulcano.
Naquela cruenda batalha restam os corpos vulcanizados dos moços namorados aos quais chamamos PEDRA DE ALVIDRAR E O FOJE”
Em consciência nada teria a opor-se e recomendou ao irmão prudência e resignação; a casta princesa não era para a sua idade, merecia um jovem como ela.
Vulcano não acatou os conselhos prudentes e nobres da irmã.
Chegando a seus domínios, organizou fortíssima expedição que se dirigiu para as terras da princesa Al-Vidrar e de seu sobrinho Foje.
Zipa veio ao seu encontro mas nada deteve Vulcano.
Naquela cruenda batalha restam os corpos vulcanizados dos moços namorados aos quais chamamos PEDRA DE ALVIDRAR E O FOJE”
Lenda de Alvidrar.
Conta a lenda, que perto do Cabo da
Roca, desapareceu de casa de sua mãe um menino, cuja idade rondava os cinco
anos, sem que sua triste mãe pudesse saber onde ele estava.
Cuidava que caíra de um penhasco
abaixo e que estaria afogado no mar.
Mas, a verdade era outra.
Mas, a verdade era outra.
Umas bruxas tinham-no tirado de
sua casa e lançado num despenhadeiro virado sobre o mar.
Ao choro do menino, acudiram uns pastores, que rapidamente levaram a notícia a vila. De lá saíram muitos aldeãos com a desconsolada mãe para socorrerem o pobre menino.
Foi uma tarefa complicada, tirarem o moço do buraco, que parecia sem fundo, mas, ao fim de muitos trabalhos, lá o conseguiram resgatar.
Ao choro do menino, acudiram uns pastores, que rapidamente levaram a notícia a vila. De lá saíram muitos aldeãos com a desconsolada mãe para socorrerem o pobre menino.
Foi uma tarefa complicada, tirarem o moço do buraco, que parecia sem fundo, mas, ao fim de muitos trabalhos, lá o conseguiram resgatar.
Muito contente por o ver são e
salvo, a mãe perguntou-lhe quem o tinha posto ali e quem lhe dera de comer
durante tanto tempo.
O menino explicou que tinham sido
umas mulheres, que o tinham levado pelo ar e o tinham atirado para a tal cova,
e que uma senhora, muito bonita, todos os dias lhe levava umas sopinhas de
cravos para ele comer.
Explicada a historia e acalmados os ânimos, toda a aldeia,
mais a mãe e o menino, se dirigiu à igreja para agradecer a Nossa Senhora o ter
acabado tudo em bem. Ao entrar na igreja, olhando para a Senhora no altar, o
menino disse:
— Ó mãe, ali está a senhora que todos os dias me dava as sopinhas de cravo para eu comer!
Este menino chamava-se José Gomes, mas foi pela sua alcunha que ficou conhecido em Cascais, o Chapinheiro.
"Eis aqui, quase cume da cabeça
De Europa toda, o Reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa,
E onde Febo repousa no Oceano.
Este quis o Céu justo que floresça
Nas armas contra o torpe Mauritano,
Deitando-o de si fora, e lá na ardente
África estar quieto o não consente.”
Luís de Camões De Europa toda, o Reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa,
E onde Febo repousa no Oceano.
Este quis o Céu justo que floresça
Nas armas contra o torpe Mauritano,
Deitando-o de si fora, e lá na ardente
África estar quieto o não consente.”